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Introdução à Nova Versão Transformadora

Nova Versão Transformadora (NVT) é o resultado de um projeto iniciado em 2010 pela Mundo Cristão, juntamente com um comitê de tradutores especializados nas línguas originais em que o texto bíblico foi redigido.

O objetivo, desde o princípio, foi produzir uma versão fiel e acessível, que comunicasse sua mensagem aos leitores de hoje de modo tão claro e relevante quanto os textos originais comunicaram aos leitores e ouvintes do mundo antigo.

Filosofia e metodologia de tradução

As traduções bíblicas são norteadas, em geral, por uma de duas teorias da tradução. A primeira abordagem é chamada “equivalência formal”, “literal” ou tradução “palavra por palavra”.

O tradutor que segue essa teoria procura traduzir cada palavra da língua original para a língua nativa e tenta preservar o máximo possível a sintaxe e a estrutura das frases.

A segunda abordagem é chamada “equivalência dinâmica”, “equivalência funcional” ou tradução “pensamento por pensamento”. Seu objetivo é produzir um texto que seja o equivalente natural mais próximo da mensagem expressada pelo texto original, tanto em termos de significado como de estilo.

As duas teorias da tradução têm seus pontos fortes. A tradução por equivalência formal preserva aspectos do texto original — incluindo sintaxe, expressões idiomáticas e coerência no uso de termos — de grande valor para acadêmicos e estudos profissionais.

Ela permite que o leitor identifique na tradução os elementos formais do texto na língua original. A tradução por equivalência dinâmica, em contrapartida, focaliza a tradução da mensagem.

Ela proporciona acesso direto ao texto, permitindo que o significado fique claro de imediato, sem exigir que o leitor lide com expressões idiomáticas e sintaxes incomuns. Também facilita o estudo sério da mensagem do texto e a clareza no uso devocional e na leitura em público.

A aplicação pura de qualquer uma dessas filosofias de tradução criaria traduções em extremos opostos de uma gama de possibilidades.

Na realidade, porém, todas as traduções refletem uma mistura dessas duas filosofias. Uma tradução puramente por equivalência formal seria ininteligível em nossa língua, e uma tradução puramente por equivalência dinâmica correria o risco de não ser fiel ao original.

Por isso, as traduções baseadas na teoria de equivalência dinâmica geralmente são bastante literais quando o texto original é relativamente claro, enquanto as traduções baseadas na teoria da equivalência formal por vezes são bastante dinâmicas quando o texto original é obscuro.

Os tradutores da NVT se propuseram a transpor com clareza a mensagem dos textos originais das Escrituras para o português contemporâneo. Ao fazê-lo, levaram em consideração tanto aspectos da equivalência formal como da equivalência dinâmica. Isto é, traduziram o original do modo mais simples e literal possível quando essa abordagem resultasse num texto preciso, claro e natural.

Muitas palavras e expressões foram passadas para o português de forma literal e semelhante ao longo de todo o texto,visando à preservação de recursos literários e retóricos, metáforas antigas e escolhas de termos que conferem estrutura à tradução e fazem o sentido de uma passagem ressoar na passagem seguinte.

Por sua vez, os tradutores buscaram uma abordagem mais dinâmica à mensagem quando a tradução literal era de difícil compreensão, ambígua ou exigia o uso de termos arcaicos ou incomuns, esclarecendo metáforas e termos difíceis a fim de tornar o texto mais inteligível.

Primeiro os tradutores procuraram identificar o significado das palavras e das expressões no contexto antigo; depois, traduziram a mensagem para o português com clareza e naturalidade.

O resultado, acreditamos, é uma tradução exegeticamente precisa e idiomaticamente eficaz.

Processo e equipe de tradução

A fim de produzir uma tradução precisa da Bíblia para o português contemporâneo, a equipe de tradução teria de inserir-se no modo de pensar dos autores antigos, para depois transpor suas ideias, conotações e efeitos para nossa linguagem atual.

Para dar início a esse processo, era necessário encontrar estudiosos da Bíblia qualificados para interpretar o significado do texto original e compará-lo com a tradução básica para o português.

Com o intuito de evitar qualquer viés pessoal ou denominacional, buscamos estudiosos que representassem um grupo diversificado de evangélicos capazes de se valer das melhores ferramentas exegéticas hoje disponíveis.

Em seguida, para trabalhar ao lado desses estudiosos, era preciso formar uma equipe de competentes revisores de língua portuguesa para dar ao texto uma forma clara em nosso idioma contemporâneo.

Com essas questões em mente, e tomando como ponto de partida os métodos de tradução da edição mais recente da New Living Translation (NLT), tradução em língua inglesa publicada pela Tyndale House Publishers e conhecida por sua comunicabilidade e acessibilidade,

a Mundo Cristão reuniu uma equipe de especialistas que representam uma ampla gama de perspectivas denominacionais e teológicas dentro da comunidade evangélica brasileira.

Duas equipes de peritos, uma para o Antigo e outra para o Novo Testamento, se responsabilizaram por fazer uma revisão minuciosa da tradução básica e sugerir revisões ao Coordenador de Tradução, que avaliou essas sugestões e propôs um texto revisado inicial.

Esse primeiro rascunho serviu de base para várias fases adicionais de revisão exegética e estilística. Em seguida, houve um trabalho conjunto de revisão e aprovação da tradução final.

Ao contar com uma equipe de especialistas qualificados e revisores competentes num processo que permitisse a interação dos dois grupos ao longo do trabalho,

a NVT foi aprimorada de modo que preservasse os elementos formais dos textos bíblicos originais e, ao mesmo tempo, criasse um texto claro e inteligível em nossa língua.           

Escrita para a leitura pública

Fica evidente nas Escrituras que os documentos bíblicos foram redigidos para serem lidos em voz alta, com frequência no culto público (ver Ne 8; Lc 4.16-20; 1Tm 4.13; Ap 1.3).

Ainda é fato hoje em dia que mais pessoas ouvem a Bíblia ser lida em voz alta na igreja em vez de a lerem sozinhas. Logo, uma nova tradução deve comunicar a mensagem de modo claro e eficaz ao ser lida em público.

A clareza era um dos objetivos principais dos tradutores da NTV, não apenas para facilitar a leitura particular e sua compreensão, mas para garantir também que o texto seria excelente para a leitura pública e exerceria forte e imediato impacto sobre os ouvintes.

Os textos por trás da NVT

Na tradução do Antigo Testamento, empregou-se o Texto Massorético da Bíblia hebraica, representado na Biblia Hebraica Stuttgartensia (1977), com seu amplo sistema de notas textuais e que constitui uma atualização da Biblia Hebraica de Rudolf Kittel (Stuttgart, 1937).

Também houve comparações com os Manuscritos do Mar Morto, a Septuaginta e outros manuscritos gregos, o Pentateuco Samaritano, a Peshita Siríaca, a Vulgata Latina e outras versões ou manuscritos que esclarecem o significado de passagens difíceis.

Os tradutores do Novo Testamento usaram as duas edições clássicas do Novo Testamento em grego: o Greek New Testament, publicado pela United Bible Societies (UBS, 4ª edição revisada, 1993), e o Novum Testamentum Graece, editado por Nestle e Aland (NA, 27ª edição, 1993).

Essa duas edições, que trazem o mesmo texto mas diferem em pontuação e em notas textuais, representam, em sua maior parte, o que há de melhor nos estudos acadêmicos textuais modernos.

No entanto, os tradutores escolheram diferir dos textos gregos da UBS e de NA nos casos em que fortes evidências textuais ou outras evidências acadêmicas corroboravam sua decisão e seguiram variações encontradas em outras testemunhas textuais antigas.

Essas variações textuais significativas são sempre indicadas nas notas textuais da NVT.

Questões de tradução

No trabalho de tradução, buscamos deliberadamente oferecer um texto que pudesse ser entendido com facilidade por um leitor típico da língua portuguesa moderna.

Para isso, procuramos usar apenas vocabulário e estruturas gramaticas de uso comum nos dias de hoje. A fim de tornar a NVT proveitosa do modo mais amplo e duradouro possível, evitamos linguagem que poderia se tornar desatualizada em pouco tempo ou que refletisse apenas um subdialeto restrito de nossa língua.

Nossa preocupação com a facilidade de leitura, no entanto, foi além das questões de vocabulário e estrutura gramatical.

Também levamos em conta barreiras históricas e culturais para a compreensão da Bíblia e procuramos traduzir termos fortemente associados à história e à cultura de forma que pudessem ser entendidos com facilidade. Para isso:

  • Convertemos pesos e medidas antigos (p. ex., “efa” [unidade de medida de secos] ou “côvado” [unidade de comprimento]) para equivalentes contemporâneos em nossa língua, visto que, de modo geral, as medidas antigas não comunicam seu sentido para os leitores atuais. Então, nas notas de rodapé, apresentamos as medidas literais em hebraico, aramaico ou grego.
     
  • Em vez de traduzir literalmente valores monetários antigos, procuramos expressá-los em termos que transmitissem o sentido mais amplo. Por exemplo, no Antigo Testamento, “dez siclos de prata” foi traduzido como “dez moedas de prata”, para comunicar a ideia pretendida. No Novo Testamento, houve várias ocasiões em que traduzimos “denário” como “uma moeda de prata”, a fim de facilitar a compreensão. Em seguida, explicamos em uma nota: “Em grego, 1 denário. Um denário equivalia ao salário por um dia completo de trabalho”. Em geral, fornecemos uma tradução clara em português e depois indicamos o texto hebraico, aramaico ou grego literal em uma nota de rodapé.
     
  • Visto que os nomes dos meses hebraicos são desconhecidos para a maioria dos leitores contemporâneos e que o calendário lunar hebraico varia de um ano para outro em relação ao calendário solar usado hoje em dia, procuramos maneiras claras de comunicar a época do ano correspondente ao mês hebraico (p. ex., abibe). Quando o texto fornece uma tradução expandida ou interpretativa, apresentamos o texto literal na nota de rodapé. Nos casos em que é possível definir uma data antiga conforme nosso calendário moderno, usamos as datas modernas no texto. Uma nota indica, então, a data hebraica literal e o raciocínio pelo qual chegamos à nossa tradução. Por exemplo, Esdras 6.15 informa que o templo construído depois do exílio em Jerusalém foi concluído “no dia 12 de março, no sexto ano do reinado do rei Dario”. Nesse caso, a nota traz: “Em aramaico, no terceiro dia do mês de adar, do antigo calendário lunar hebraico. Vários acontecimentos em Esdras podem ser confirmados por datas em registros persas que sobreviveram ao tempo e relacionados com precisão ao calendário moderno. O ano foi 515 a.C.”.
     
  • Visto que as referências antigas às horas do dia são diferentes de nossos métodos modernos de indicar tempo, usamos traduções facilmente compreensíveis para o leitor moderno. Logo, empregamos horários específicos do dia com seus equivalentes aproximados em nosso sistema, “às __ horas”. No caso de referências bíblicas mais gerais, empregamos expressões como “logo cedo na manhã seguinte” ou “ao pôr do sol”.
     
  • Quando o significado de um nome próprio (ou um jogo de palavras inerente a um nome próprio) é relevante para a mensagem do texto, seu significado é, com frequência, esclarecido em uma nota de rodapé. Por exemplo, Êxodo 2.10 traz: “A princesa o chamou de Moisés, pois disse: ‘Eu o tirei da água’”. A nota diz: “O som do nome Moisés é semelhante ao de um termo hebraico que significa ‘tirar para fora’”.
     
  • Muitos termos e expressões têm associados a eles uma forte carga de significado que ficava evidente para os primeiros leitores, mas que requer uma explicação em nossa cultura. Por exemplo, na antiguidade, o ato de rasgar as roupas (p. ex., Lv10.6) indicava que alguém estava profundamente triste e, muitas vezes, de luto. Em nossa tradução, optamos por traduzir essa expressão de forma dinâmica para mais clareza: “Não rasguem suas roupas em sinal de luto”.
     
  • A linguagem metafórica por vezes é de difícil compreensão para o leitor contemporâneo, de modo que, em certas ocasiões, optamos por traduzir ou esclarecer o significado de determinada metáfora. Por exemplo, o poeta escreve: “Seu pescoço é como a torre de Davi” (Ct 4.4). Traduzimos: “Seu pescoço é belo, como a torre de Davi”, para esclarecer o sentido positivo pretendido pela símile. Um caso semelhante se encontra em Eclesiastes 12.3, que pode ser traduzido literalmente como “Lembre-se dele […] antes que os moedores cessem porque são poucos, e os que olham pela janela se escureçam”. Traduzimos: “Lembre-se dele antes que os poucos dentes que lhe restam já não possam mastigar, e antes que seus olhos deixem de ver com clareza”, apontando na nota de rodapé o texto original. Esclarecemos metáforas desse tipo somente quando nos pareceu que o leitor típico ficaria confuso com o texto literal.
     
  • Quando o conteúdo da linguagem original é de caráter poético, traduzimos para o português de forma poética. Procuramos quebrar as linhas visando esclarecer e destacar a relação entre as frases do texto. A poesia hebraica empregava com frequência o paralelismo, uma forma literária em que a segunda frase (ou, em alguns casos, a terceira ou quarta) repete de algum modo a frase inicial. No paralelismo hebraico, as frases paralelas subsequentes dão continuidade e ao mesmo tempo expandem ou aprimoram a ideia expressada na linha ou frase inicial. Sempre que possível, procuramos representar essas frases paralelas em português de forma natural e poética.
     
  • Um dos desafios enfrentados foi como traduzir o texto bíblico antigo escrito num contexto em que termos masculinos eram usados para se referir à humanidade em geral. Era necessário respeitar a natureza do contexto antigo e, ao mesmo tempo, procurar tornar a tradução mais clara para o público moderno, cuja tendência é considerar que termos masculinos são voltados apenas para o público masculino. Muitas vezes, embora o texto original empregue substantivos e pronomes masculinos, a intenção é que a mensagem seja aplicada tanto a homens como a mulheres.
    Também levamos em consideração passagens em que o texto se aplica aos seres humanos ou à condição humana de modo geral. Em alguns casos, usamos pronomes plurais (eles) no lugar do singular masculino (ele). Por exemplo, uma tradução literal de Provérbios 22.6 é: “Instrua o menino no caminho em que deve andar, e, quando for velho, não se desviará dele”. Traduzimos: “Ensine seus filhos no caminho certo, e, mesmo quando envelhecerem, não se desviarão dele”.
    Assim, respeitando a natureza do contexto antigo e, ao mesmo tempo, procurando tornar a tradução mais clara para o público atual, muitas vezes onde a tradução tradicional traz “homem” como sinônimo de espécie humana, optamos por “seres humanos”ou “humanidade”, dentre outras escolhas. Por sua vez, as distinções de gênero entre homem e mulher nos textos originais foram rigidamente preservadas. Devemos enfatizar, também, que todos os substantivos e pronomes masculinos referentes a Deus (p. ex., “Pai”) foram mantidos, sem exceção. Todas as decisões desse tipo foram motivadas por uma preocupação em refletir de modo preciso o significado pretendido pelos textos originais das Escrituras.

Coerência léxica na terminologia

Por uma questão de clareza, traduzimos certos termos das línguas originais sempre da mesma forma, especialmente nas passagens sinópticas e em expressões retóricas repetidas com frequência, bem como em certos conjuntos de termos como os nomes divinos e terminologia técnica não teológica (p. ex., termos litúrgicos, legais, culturais, zoológicos e botânicos).

Nas ocorrências de termos teológicos, deixamos espaço para um âmbito semântico mais amplo de palavras ou expressões aceitáveis em português como tradução para uma palavra hebraica ou uma palavra grega.

Evitamos alguns termos teológicos que muitos leitores teriam dificuldade de compreender. Por exemplo, evitamos palavras como “justificação” e “santificação”, que são empréstimos de traduções para o latim. No lugar dessas palavras, oferecemos traduções como “declarar justo” e “tornar santos”.

Grafia de nomes próprios

Muitos indivíduos da Bíblia, especialmente do Antigo Testamento, são conhecidos por mais de um nome (p. ex., Uzias/Azarias).

Por uma questão de clareza, procuramos usar somente uma grafia do nome de cada indivíduo, com notas de rodapé que fornecem a grafia literal sempre que difere daquela que usamos.

Essa abordagem é particularmente útil na descrição dos reis de Israel e de Judá. O rei Joás/Jeoás de Israel é sempre chamado Jeoás, enquanto o rei Jeoás/Joás de Judá é sempre chamado Joás.

A mesma distinção é usada entre Jorão/Jeorão de Israel e Jorão/Jeorão de Judá. Todas essas decisões foram tomadas com o objetivo de esclarecer o texto para o leitor.

Quanto aos nomes Jacó e Israel, usados de forma intercambiável tanto para o patriarca como para a nação, geralmente traduzimos “Israel” quando se refere à nação e “Jacó” quando se refere ao indivíduo. Nos casos em que a tradução do nome difere do texto hebraico original, fornecemos uma nota de rodapé que traz a seguinte explicação: “Os nomes ‘Jacó’ e ‘Israel’ são usados de forma intercambiável ao longo de todo o Antigo Testamento e se referem, por vezes, ao patriarca e, em outras ocasiões, à nação”.

A tradução dos nomes divinos.

Todas as ocorrências de ‘el, ‘elohim ou ‘elah foram traduzidas como “Deus”, exceto nos contextos que exigem a tradução “deus(es)”. Em geral, traduzimos o tetragrama (YHWH) como “o Senhor”, usando fonte versal/versalete, comum nas traduções em português.

Essa tradução o distingue do nome ‘adonai, que traduzimos como “Senhor”. Quando ‘adonai e YHWH aparecem juntos, traduzimos como “Senhor Soberano”.

Essa tradução também distingue ‘adonai YHWH de casos em que YHWH ocorre junto com ‘elohim, traduzido como “Senhor Deus”. Quando YHWH ocorre com o termo tseba’oth, traduzimos como “Senhor dos Exércitos”, a fim de transmitir o significado do nome.

Em uns poucos casos, usamos a transliteração “Javé”, quando o caráter pessoal do nome é invocado em contraste com outro nome divino ou com o nome de algum outro deus (ver, p. ex., Êx 3.15; 6.2-3).

No Novo Testamento, o termo grego christos foi traduzido como “Cristo”, com uma nota de rodapé na primeira ocorrência do termo em cada livro trazendo o texto: “Ou Messias. Tanto Messias (do hebraico) como Cristo (do grego) significam “ungido”. O termo grego kurios, por sua vez, é sempre traduzido como “Senhor”.

Notas textuais de rodapé

A NVT fornece vários tipos de notas textuais de rodapé:

  • Quando, por uma questão de clareza, a NTV traduz de forma dinâmica uma frase difícil ou que pode causar confusão, geralmente acrescentamos uma nota de rodapé, permitindo que o leitor veja a fonte literal de nossa tradução dinâmica e como ela é relacionada a outras traduções mais literais. Por exemplo, em Lucas 14.15, traduzimos a expressão literal “comer pão” (do grego) como “participar do banquete” para esclarecer essa expressão que se refere a uma refeição mais ampla, e não unicamente de pão. Acrescentamos, então, uma nota de rodapé: “Em grego, comer pão”.
     
  • Também usamos notas de rodapé para mostrar traduções alternativas. Nesses casos, a nota começa com o termo “Ou”. Em geral, ocorre em passagens em que um aspecto do significado é controverso. Por vezes, também apresentamos notas para palavras ou expressões que diferem de tradições de longa data. Essas notas trazem a indicação “Traduzido tradicionalmente como”. Por exemplo, a nota de rodapé da tradução “flor que nasce na planície de Sarom”, em Cântico dos cânticos 2.1, diz: “Traduzido tradicionalmente como Eu sou a rosa de Sarom, região na planície costeira da Palestina”.
     
  • Quando nossos tradutores seguem uma variação textual que difere consideravelmente de alguns textos hebraicos ou gregos, registramos essa diferença numa nota de rodapé. Também acrescentamos notas nos casos em que a NTV exclui uma passagem que fazia parte do texto grego chamado Textus Receptus. Nesses casos, apresentamos na nota uma tradução do texto excluído, mesmo que seja reconhecidamente um acréscimo posterior ao texto grego e não faça parte do Novo Testamento grego original.
     
  • Todas as passagens do Antigo Testamento citadas no Novo Testamento são identificadas por uma nota de rodapé na passagem do Novo Testamento. Quando o Novo Testamento cita claramente a tradução grega do Antigo Testamento (a Septuaginta), e quando ela difere consideravelmente dos termos usados no texto em hebraico, também acrescentamos uma nota de rodapé na passagem do Antigo Testamento. Essa nota traz uma tradução da versão grega, bem como uma referência cruzada com a passagem (ou as passagens) do Novo Testamento onde é citada (ver, p. ex., as notas em Sl 8.2; 53.3; Pv 3.12).
     
  • Algumas notas fornecem informações culturais e históricas sobre lugares, coisas e pessoas na Bíblia que provavelmente são desconhecidos para o leitor moderno. Elas visam ajudar o leitor a entender a mensagem do texto. Por exemplo, em Atos 12.1, o “rei Herodes” aparece na tradução como “rei Herodes Agripa” e é identificado na nota de rodapé como “sobrinho de Herodes Antipas e neto de Herodes, o Grande”.
     
  • Quando o significado de um nome próprio (ou um jogo de palavras inerente a um nome próprio) é relevante para o significado do texto, ele é esclarecido numa nota de rodapé. Por exemplo, a nota sobre o nome “Eva” em Gênesis 3.20, diz: “O som do nome Eva é semelhante ao de um termo hebraico que significa ‘dar vida’”. Esse jogo no hebraico esclarece o significado do texto, que diz, na sequência: “pois ela seria a mãe de toda a humanidade”.

Ao entregarmos a NVT para ser publicada, sabemos que qualquer tradução das Escrituras tem limitações e imperfeições. Qualquer um que alguma vez tenha procurado comunicar a riqueza da palavra de Deus em outra língua sabe que é impossível gerar uma tradução perfeita.

Cientes dessas limitações, buscamos a direção e a sabedoria de Deus ao longo de todo o projeto. Agora, pedimos que ele aceite nossos esforços e use esta tradução para beneficiar a igreja e todas as pessoas.

Nossa expectativa, por fim, é que a NVT tenha superado algumas barreiras históricas, culturais e linguísticas que podem dificultar a leitura e a compreensão da palavra de Deus.

Esperamos que, para os leitores que não conhecem a Bíblia, o texto seja claro e fácil de entender,e desejamos que os leitores versados nas Escrituras possam vê-las com um novo olhar.

É nosso desejo, também, que os leitores adquiram instrução e sabedoria para viver, mas, acima de tudo, que encontrem o Deus da Bíblia, venham a conhecê-lo e, com isso, sejam transformados para sempre.

Comitê de Tradução da Bíblia

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