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Conheça a Associação Brasileira de Cristãos na Ciência – ABC²

Confira a primeira parte da entrevista especial com Gustavo Assi, secretário executivo da instituição

Se você gosta de estudar a interação entre fé e ciência e deseja se aprofundar mais no assunto,

prepare-se para uma sequência de leituras altamente instrutivas! Conversamos com Gustavo Assi,

professor da Escola Politécnica da USP e secretário executivo da Associação Brasileira de Cristãos na Ciência – ABC².

Na entrevista, dividida em seis publicações especiais,

o acadêmico compartilha com nossos leitores informações curiosas sobre a ABC²,

esclarece questões fundamentais sobre vida de fé e a carreira científica e sugere uma rica reflexão acerca da grandeza e soberania de Deus reveladas na Palavra e no mundo natural.

Um rico conteúdo que você não pode perder! Acompanhe a primeira parte da entrevista e compartilhe.

Mundo Cristão: O que é a Associação Brasileira de Cristãos na Ciência – ABC²? Qual é o seu objetivo?

Gustavo Assi: A ABC² é uma associação nacional que reúne cristãos que têm o interesse pela ciência.

Ciência no sentido mais amplo do termo, representando todo o empreendimento humano de investigar, conhecer e entender como o mundo natural funciona.

Isso envolve todas as áreas científicas, como as ciências naturais, sociais, as ciências biológicas e as humanidades.

A ABC² não tem uma declaração de fé muito complexa ou que envolva temas polêmicos; ela se assemelha ao credo apostólico.

Dessa forma, acreditamos que todo cristão pode se identificar com nossa visão e se tornar um associado.

Para participar da associação não é necessário ter nenhuma credencial científica profissional, como doutorado ou mestrado, mas, sim, reconhecer o campo científico como empreendimento humano genuíno e capaz de revelar verdades vindas na criação, do mundo natural.

Nosso objetivo é montar no Brasil um palco em que os assuntos que estão na interface entre fé e ciência possam ser debatidos e investigados de forma elegante.

Quando digo elegante, digo cientificamente elegante, com rigor, qualidade e educação, dentro do contexto do amor fraterno. No Brasil, essa é uma prática ainda no início.

Quando víamos e ouvíamos debates entre fé e ciência em nosso país, percebíamos que, em sua maioria, eram no formato de discussões acaloradas, tendo o pressuposto de que fé e ciência não conversam uma com a outra.

Por um longo tempo, e até hoje, a grande massa de brasileiros, inclusive evangélicos, tem essa ideia de só conseguir debater acerca de fé e ciência num contexto de guerra, de defesa da ciência ou da fé, com o pressuposto de que são expressões antagônicas.

Cremos que não. Cremos que a interface entre fé e ciência pode se dar de forma construtiva e colaborativa, em que tanto as descobertas e verdades conhecidas pela ciência podem complementar ou esclarecer as verdades descobertas ou conhecidas pela fé, através da Teologia.

De que forma a iniciativa nasceu? Quando?

Cremos que pela providência de Deus, o Senhor moveu algumas pessoas, colocou nelas o desejo e as preparou ao longo do tempo para conduzir e organizar uma associação que tivesse como elementos de trabalho a fé e a ciência.

O reverendo Guilherme de Carvalho, de Belo Horizonte, o professor de física da Unicamp, Roberto Covolan, o químico do Instituto Butantan, Leo Iwai, e eu, professor Gustavo Assi, da Escola Politécnica da USP, entre outras pessoas, tivemos um despertar para o campo de interação entre fé e ciência.

Por obra do Senhor, nós quatro fomos colocados em contato das formas mais diversas possíveis. Certo dia, em novembro de 2013, estávamos todos juntos em uma reunião em São Paulo e entendemos que havia chegado a hora de organizar uma associação no Brasil.

Como fruto dessa primeira reunião, decidimos escrever um projeto, cujo objetivo era a fundação de uma associação brasileira de cristãos na ciência.

Nós o submetemos para a apreciação da Fundação Templeton World Charity, instituição sediada nos Estados Unidos que financia projetos que têm o objetivo de responder as grandes questões da humanidade, como: de onde somos, para onde vamos, como viemos. Graças a Deus, a Templeton financiou o nosso projeto integralmente nos quatro anos iniciais.

Nossa primeira conferência nacional aconteceu em novembro de 2016, no Instituto Mackenzie, em São Paulo. Durante o evento, foi fundada a ABC².

Para isso acontecer, já havíamos trabalhado na formação de grupos locais pelo Brasil, na tradução de uma série de livros em parceria com a Editora Ultimato e na organização de cursos e palestras em várias regiões do País; trouxemos palestrantes internacionais especializados e criamos um curso intensivo de quatro dias e uma série de atividades.

O projeto ficou bastante denso e detalhado e continuou crescendo, desde a plantação da semente em núcleos regionais e locais tendo o público-alvo como universitários cristãos, até a capacitação e treinamento de lideranças, despertando o interesse das pessoas e oferecendo conteúdo na forma de livros, ensino a distância, palestras e vídeos.

Produzimos um documentário, estruturamos um website, as redes sociais, e muito mais. Em 2019, encerramos todo o cronograma do projeto apresentado à Templeton e o período que recebemos financiamento da fundação. A partir daí, a ABC² tem o desafio de caminhar com os próprios recursos.

Quais trabalhos desenvolvem?

As atividades da ABC2 se organizam em três frentes: Preocupamo-nos com o desenvolvimento de conteúdo, como a tradução de livros, a publicação de uma revista acadêmica nacional e o lançamento de livros e vídeos produzidos no Brasil.

Também investimos em networking, criando uma rede de contato através dos grupos colocais e dos grandes encontros que realizamos.

Procuramos dar capacitação e treinamento às pessoas que queiram se engajar, para que discutam sobre fé e ciência de forma madura, principalmente no contexto da igreja e da academia.

De que forma acontecem as atividades da ABC²?

Elas acontecem de diversas maneiras, como encontros, palestras e reuniões em grupos locais, onde se dá a interação entre as pessoas.

Tínhamos a intensão de fundar no Brasil cerca de doze núcleos regionais, estrategicamente localizados onde há grandes polos universitários.

Identificamos esses núcleos, conseguimos verba para fazer visitas e organizar eventos.

Hoje, pela graça de Deus, já são mais de trinta núcleos. Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte comportam mais de um grupo.

Estamos presentes desde o Piauí até o Rio Grande do Sul.

Nesses grupos, os participantes se reúnem por afinidades. Em Curitiba, por exemplo, o grupo é formado quase na integralidade por psicólogos, por isso, estudam e contribuem na interação entre fé e a ciência da Psicologia, o que tem sido muito interessante.

Como a associação é mantida?

Nos quatro anos iniciais, ou seja, de 2015 a 2019, ela foi mantida pela fundação Templeton, mas, a partir daí, passa a ser mantida por doações e pela anuidade dos associados.

Com o intuito de sustentar o trabalho, também organizamos cursos e eventos, tudo, obviamente, sem fins lucrativos.

O que arrecadamos na venda dos livros e cursos a distância tem o intuito de manter a associação funcionando.

Como um interessado pode se associar?

Associar-se é muito fácil. Basta entrar no site cristãosnaciência.org.br e seguir as informações.

Para tornar-se sócio é importante se declarar cristão e manifestar interesse pela boa ciência, a ciência verdadeira como empreendimento do homem com o objetivo de descobrir verdades sobre o mundo natural.

O interessado pode se associar nas categorias efetivo ou colaborador. Há descontos substanciais para estudantes e ministros religiosos.

No site há informações detalhadas. O mais importante é que não basta se associar, mas, sim, participar, tentando fazer parte de um grupo local, que é a forma mais instrutiva de se engajar e ter interação com outras pessoas que se interessam por fé e ciência.

Além disso, estimulamos a participação nos cursos online, a leitura dos materiais e da série de livros que produzimos, o acesso aos vídeos e a ajuda no financiamento das atividades da associação.

O associado pode, inclusive, ser um embaixador na igreja em que participa ou na instituição em que estuda, organizando um evento ou uma aula de escola dominical, convidando algum palestrante da associação para falar na comunidade, na universidade ou no grupo de estudo.

Há diversas formas de colaborar.

Todos os interessados são muito bem-vindos, não importa qual seja a história de fé, a maturidade na caminhada cristã, se é recém-convertido, se está na igreja a vida toda ou não; não importa o nível de educação formal, se é aluno do ensino fundamental ou um doutor, há material e conteúdo para todos. 

Fique por dentro!

Na segunda parte da entrevista especial, Gustavo Assi fala sobre os desafios encontrados ao trafegar pelos campos da fé e da ciência e como um cientista cristão pode lidar com possíveis hostilidades vindas do ambiente acadêmico e científico. Não perca!

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